quarta-feira, 27 de maio de 2009

Não quero alguém que morra de amor por mim...


Não quero alguém que morra de amor por mim...

Só preciso de alguém que viva por mim, que queira estar junto de mim, me abraçando.

Não exijo que esse alguém me ame como eu o amo, quero apenas que me ame, não me importando com que intensidade.

Não tenho a pretensão de que todas as pessoas que gosto, gostem de mim...

Nem que eu faça a falta que elas me fazem, o importante pra mim é saber que eu, em algum momento, fui insubstituível...

E que esse momento será inesquecível...

Só quero que meu sentimento seja valorizado.

Quero sempre poder ter um sorriso estampando em meu rosto, mesmo quando a situação não for muito alegre...

E que esse meu sorriso consiga transmitir paz para os que estiverem ao meu redor.

Queria ter a certeza de que apesar de minhas renúncias e loucuras, alguém me valoriza pelo que sou, não pelo que tenho...

Que me veja como um ser humano completo, que abusa demais dos bons sentimentos que a vida lhe proporciona, que dê valor ao que realmente importa, que é meu sentimento...

Não quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer, quero ter forças suficientes para mostrar a ele que o amor existe... Que ele é superior ao ódio e ao rancor, e que não existe vitória sem humildade e paz.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Saudade - por Miguel Falabela


Trancar o dedo numa porta dói.Bater com o queixo no chão dói.Torcer o tornozelo dói.Um tapa, um soco, um pontapé, doem.Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim.Mas o que mais dói é a saudade. Saudade de um irmão que mora longe.Saudade de uma cachoeira da infância.Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais.Saudade do pai que morreu, do amigo imaginário que nunca existiu.Saudade de uma cidade.Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa.Doem essas saudades todas.Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.Saudade da pele, do cheiro, dos beijos.Saudade da presença e até da ausência consentida.Você pode ficar na sala e ela no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá.Você pode ir para o dentista e ela para a faculdade, mas sabiam-se onde.Você podia ficar o dia sem vê-la, e ela o dia sem vê-lo, mas sabiam -se amanhã.Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor ao outro, sobra uma saudade que ninguém sabe como deter. Saudade é basicamente não saber.Não saber se ela continua fungando num ambiente mais frio.Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia.Não saber se ela ainda usa aquela saia.Não saber se ele foi na consulta com o dermatologista como prometeu.Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania de estar sempre ocupada. Se ele tem assistido às aulas de inglês; se ela aprendeu a estacionar entre dois carros; se ele aprendeu a entrar na internet e encontrar a pagina do Diário Oficial; se ele continua preferindo Malzebier; se ela continua preferindo suco; se ele continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados; se ela continua dançando daquele jeitinho enlouquecedor; se ele continua cantando tão bem; se ela continua detestando MC Donald's; se ele continua amando; se ela continua a chorar ate nas comédias. Saudade é não saber mesmo!Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos. Não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento.Não saber como frear as lágrimas diante de uma música.Não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.Saudade é não querer saber se ela está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso... É não querer saber se ele está mais magro; se ela está mais bela.Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer.Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo e o que você, provavelmente, está sentindo agora... depois que acabou de ler...